A Força do Microfone.

Virou costume. A falta de capacidade de falar em um microfone ou a irresponsabilidade perante o mesmo. Semana passada, Alexandre Kalil disse a seguinte pérola: "Não faz mal os jogadores tomarem um cacete na madrugada". Me pergunto se isso é falta do que falar ou incapacidade de medir as consequencias de seus atos.

Ou será que o "presidente" do Galo se esqueceu dos diversos episódios de violência ocorridos por conta das torcidas organizadas contra jogadores? Torcida do Palmeiras x Vagner Love, Torcida do São Paulo invadindo CT, Torcida do Flamengo soltando bomba na Gávea. Isso tudo sem nenhum "incentivo presidencial". Desnecessário e completamente irresponsável. Mas enquanto tivermos torcedores em vez de profissionais na presidência dos clubes, isso será algo normal. Ou alguém se esquece da célebre frase de Márcio Braga em 2008, na época presidente do Flamengo, quando disse que "o chopp pro Hexa já estava comprado"?

E não paramos por aqui. Não são só os torcedores-presidentes que usam a força de um microfone para soltar pérolas e falar asneiras sem medir as consequências. O mal-estar causado por Fred quando criticou o chefe do departamento médico Michael Simoni e o acusou de ter atrapalhado a sua volta. Não sei até que ponto isso é verdade, mas independente disso, qual o motivo de tornar isso público?

Pra que causar esse mal-estar desnecessário dentro do grupo Tricolor? Um grupo que briga pelo título, é líder e tem um elenco espetacular? Fred vive bancando o rótulo de "líder" do elenco tricolor. Mas líder, Fred, tem que ser líder em campo. Tem que ser líder nas atitudes e tem que ser líder em caráter. Nos três, você ficou devendo após sua ridícula entrevista.

Entre "presidentes-torcedores" (ou seriam torcedores-presidentes?) e jogadores irresposáveis, a imprensa vai fazendo a festa.

Como jornalista, ótimo. Como admirador do futebol, me decepciono com esse tipo de coisa.

Quando vão aprender a força que tem o microfone? E mais ainda, a imprensa?

Abraço.