Adeus, Mestre

Não o conheço, nunca falei com você.
Não sou seu conhecido e muito menos seu amigo.
Mas é incrível como minha vida é tão ligada a sua.
Porque, caso você nunca tivesse existido
Talvez parte da magia que Garrincha proporcionou teria se perdido.
Zico teria sido somente um mito que, como anedotas e ditos populares,
Suas histórias e feitos seriam passadas boca-a-boca
Até o dia que se perderiam.

E Pelé então?! Talvez hoje fosse apenas uma lenda.
A lenda de um Deus, protetor dos dribles, passes e gols – ah, os gols de Pelé.
É, Mestre, sem você o mundo esportivo e jornalístico talvez nunca fosse como é hoje.
E sem você, Mestre, talvez eu nunca teria me interessado por essa área.
Área a qual o senhor tão apaixonadamente defendeu.
Até seu último dia.

Armando Nogueira, botafoguense!
Talvez o maior junto de Garrincha.
Armando Nogueira, aviador!
Ontem, fez seu ultimo vôo rumo aos céus.
Foi abrilhantar ainda mais o brilho das estrelas.

Armando Nogueira.
Se foi ontem, deixando uma cratera no jornalismo e nos esportes.
E não somente, mas também nos nossos corações.
Nos corações de todos aqueles que o admiravam.
Eu, um deles.

Rio de Janeiro, 30/03/2010